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Centenários: precisamos de olhar para as finanças da quarta idade

JUL 04, 2022

André Rito - Expresso. Confira matéria original aqui.


Portugal tem cada vez mais pessoas que vivem para lá dos 90 anos. A longevidade será sempre uma boa notícia, mas é preciso acautelar a saúde, as finanças e o bem-estar dos mais velhos, que serão cada vez em maior número

Viver mais tempo é uma vitória da ciência. E há um dado que nos permite perceber a forma como a demografia tem mudado: há vinte anos Portugal tinha pouco mais de 100 pessoas com cem anos – hoje são cinco mil. Ao mesmo tempo, a longevidade coloca desafios na saúde, nos sistemas sociais e nas finanças individuais - é preciso que esse período adicional seja acompanhado por novas políticas que combatam a pobreza das gerações mais velhas, encontrando soluções viáveis para a economia da longevidade. De que forma podemos poupar e planear o nosso futuro? Qual o papel dos mais jovens na longevidade?

Em três painéis moderados pela jornalista da SIC Notícias, Luísa Vieira Correia, as “Conversas sem fim” juntaram, esta manhã, Rui Leão Martinho, ex-bastonário da Ordem dos Economistas e Pedro Mota Soares, ex-Ministro da Solidariedade, Trabalho e da Segurança Social; Pascal Winter, chief actuary da Nuovalo e Fernando Ribeiro Mendes, ex-secretário de estado da Segurança Social; José Toscano Bonito, diretor de negócio Vida Financeiro, da Fidelidade, e Maria Amélia Cupertino de Miranda, presidente da Fundação António Cupertino de Miranda.


"Como podemos preparar-nos para a nossa longevidade?" foi o tema do último debate, com a participação de José Toscano Bonito, Diretor de Negócio Vida Financeiro, Fidelidade e de Maria Amélia Cupertino de Miranda, Presidente, Fundação António Cupertino de Miranda - José Fernandes


Estas foram as principais conclusões:

Taxas de substituição Segundo o último aging report, da Comissão Europeia, estima-se que a médio prazo as taxas de substituição sejam quase de 50%. Significa que um pensionista vai perder metade do seu rendimento quando passar a reformado. Vamos perder perto de 1,5 milhões de habitantes, com uma enorme incidência de pessoas acima dos 65 anos. Números que Pedro Mota Soares considera que terão um “enorme impacto na saúde, sistemas sociais e na dimensão contributiva”.

Poupança Será por isso essencial criar hábitos de poupança. É sabido que durante a pandemia, os portugueses acumularam dinheiro devido ao fecho da economia. Mas, com os salários baixos que existem em Portugal, afirmou Rui Leão Marinho, esta poupança “temporária” já desapareceu: “Vamos voltar à mesma situação, que é depender da pensão que a Segurança Social paga, que será cada vez mais baixa”. Parte da solução estará no mercado de trabalho, nos produtos financeiros e em novas soluções: as empresas poderão criar um desconto para poupança dos seus funcionários, acumulando uma pensão da segurança social, e também através de um Plano de Poupança Reforma.

Estado Que políticas devem ser levadas a cabo para assegurar o último terço de vida com saúde e boas finanças? Para Fernando Ribeiro Mendes, ex-secretário de estado da Segurança Social, o desafio traduz-se num velho ditado: não colocar os ovos todos no mesmo cesto. Ou seja, “é preciso diversificar os investimentos” e não confiar apenas nas políticas de longevidade que deverão ser implementadas pelo Governo. “As pessoas devem conseguir manter os seus níveis básicos, conseguidos por si próprias”, acrescentou Pascal Winter, Chief Actuary da Nuovalo.

Conhecimento Com a digitalização da economia e a crescente complexidade dos produtos financeiros, o conhecimento e a literacia são fatores essenciais para assegurar boas finanças e uma economia da longevidade que não deixe ninguém para trás. "Uma sociedade que não esteja assente nisto, é uma sociedade desequilibrada”, afirmou José Toscano Bonito, Diretor de Negócio Vida Financeiro, Fidelidade, deixando um aviso: vamos viver mais tempo e com menos dinheiro, se nada fizermos.

Literacia Um dos programas mais relevantes ligados à literacia financeira e digital chama-se “Eu e a minha reforma”. Iniciativa da Fundação António de Cupertino Miranda, o projeto diagnosticou o problema e avançou com soluções: os laboratórios de literacia financeira, que se desenvolveram em seis municípios do norte de Portugal. “É necessário qualificar as pessoas para gerir o orçamento, fazer o planeamento, estabelecer prioridades, e prevenir burlas”, disse a presidente da Fundação, Maria Amélia Cupertino de Miranda. A eficácia resultou em bons números: 86,7 dos participantes aumentaram os seus conhecimentos em literacia financeira e mais de 60 em literacia digital.

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