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Economia prateada: a ascensão dos consumidores 60+

FEV, 2022

Giro News. Confira matéria original aqui.



O mercado destinado a pessoas com mais de 60 anos está em ascensão, e muitas empresas e investidores estão apostando no potencial deste público consumidor para os próximos anos. Quanto mais as tecnologias avançam e à medida que a expectativa de vida aumenta, maior é a participação dos idosos na economia.


Essa presença cada vez mais intensa da terceira idade no mercado consumidor se dá tanto na ocupação, com a realização de atividades de trabalho e criação de novas oportunidades de negócio, quanto no consumo, já que o volume de compra desta faixa etária, ao contrário de outras, cresce massivamente nos últimos anos.


A economia prateada - nome que faz referência aos cabelos grisalhos, comuns nas pessoas dessa idade - movimenta 7,1 trilhões de dólares por ano, sendo a terceira maior atividade econômica do mundo, de acordo com a agência de relações públicas e marketing FleishmanHillard. No Brasil, ela gera R$ 1,6 trilhão anualmente.


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos até 2060. Portanto, a população idosa está expandindo no país e, em pouco tempo, será maior que a de crianças com menos de 10 anos. Isso significa que esse fluxo pode ser ainda maior daqui para frente.


Além disso, esse público tem mais dinheiro para gastar que os mais jovens. Não foi à toa que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, identificou que, em 2020, 53,2% do patrimônio das famílias norte-americanas era controlado por pessoas nascidas até 1964. No Brasil, os idosos correspondem a 17% dos 5% mais ricos do país, e a apenas 4% dos 40% mais pobres, conforme um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).


No mercado, algumas movimentações a partir da expansão do consumo desse público foram feitas, haja vista que existem determinadas empresas de investimento que apoiam, por meio de financiamento e mentoria, o desenvolvimento de negócios direcionados aos consumidores acima de 60 anos e lojas de marketplace- espaços virtuais de comércio eletrônico, como um shopping - voltadas para essa faixa etária.


Mesmo que caminhe para compor quase metade da população brasileira nos próximos anos e formar cerca de 20% do consumo no país, esse grupo ainda é bastante esquecido e pouco atendido como consumidor pelas principais marcas, alertam especialistas. O foco das empresas, sobretudo no marketing, ainda é o público jovem.


Isso ocorre pois o envelhecimento no Brasil ainda é tratado como novidade pelo mercado, que faz uma transição lenta dessa cultura de consumo, de acordo com a Rede Longevidade, ONG que produz conteúdos educativos sobre envelhecimento saudável.

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